Vou tentar ser objetiva porque este é um assunto assunto polémico. Até mesmo entre os profissionais há visões diferentes e referências diversas. Eu vou pela ciência, mas, sobretudo, pelo bom senso de mais de 15 anos de experiência profissional como terapeuta da fala especializada em fonoaudiologia neonatal.
1. É preferível não introduzir a chupeta. Nenhuma é realmente ortodôntica. Nenhuma é realmente anatómica. Com todas existe o risco de má formação crânio-facial, mandíbulo-facial, alteração na dentição, na função respiratória, no desenvolvimento da língua.
2. Então e chuchar no dedo? No dedo, idem! Atenção que isso não inclui o sugar nas mãos, a descoberta das mãos pela boca – que faz parte do desenvolvimento. Falo da sucção não-nutritiva contínua de um só dedo (geralmente o polegar), por horas.
E o dedo não é mais anatómico do que a chupeta, como alguns já defendem. Ocupa, por vezes, mais espaço na boca e provoca mais força/peso facial. Além de que está sempre disponível e será mais difícil de eliminar essa tendência!
3. A sucção não-nutritiva é fundamental para os bebés. Faz parte do desenvolvimento motor, oral, neurológico e emocional! A mama, sim, é anatómica, ajuda no desenvolvimento correto crânio-facial e a nível emocional.
4. Então a chupeta é vilã? Sim, se for em substituição da mama. Sim, se for para calar um bebé que precisa de contacto ou de se alimentar mais vezes. Sim, sim, sim, se for utilizada por horas e horas, diariamente. Não, se a mãe está cansada e necessita de uma pequena ajuda para que a criança se tranquilize um pouco, sem estar 24 horas na mama. AQUI ENTRA O BOM SENSO!
5. Pedir orientação ao médico dentista ou ao terapeuta da fala é importante! Os pais, bem orientados, decidem qual, quando, e se realmente será preciso.
Para mais informações sobre o meu trabalho ou obter aconselhamento em terapia da motricidade orofacial, consulta aqui.
AUTORA: Juliana Pereira – Terapeuta da Fala Neonatal e Assessora de Lactação